Foto: Barco na Marina da Glória
NA SINGULARIDADES DE CURVATURAS
Vanda Lúcia da Costa Salles
I
Se o cérebro produz formas, guarda
a natureza dessa imaginação, fugaz
diferenciação
a maré não joga o caniço nem elabora a memória
que traz
o mistério estético do elevar-se âncora
II
Os passos não atravessam estradas porque a sombra os alinham
O sol não aquece as margens porque o rio é caudaloso
A solução não espera o sonho da escolha realizada
A cristalina água reflete a hora de retornar à casa aberta...
III
Nenhum transeunte pensa, o quanto é tarde ao se vê atravessado
A violência tomou conta da tarde, e o trágico na rua
foi um passista silenciar-se
IV
Assoviando no caos do trânsito
uma ambulância corre contra o tempo
Marcas interferem no colorido da imagem
No silêncio das falas, o burburinho das máquinas creditam o humano
V
Uma sunga e uma tanga atravessam a mesma estrada
Há que se crê no que o olho absorve...
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