domingo, 8 de setembro de 2013

MALU OTERO: ENTRE NÓS OS LAÇOS/NOSOTROS, NUDOS Y LAZOS- POESIAS



Foto:  Poeta brasileira MALU OTERO





NÃO PODEM CALAR O POETA


( Homenagem ao poeta chileno Raúl Zurita)


    Não podem dominar o poeta,
      Nem atá- lo com correntes,
    Ou fazê-lo calar com censura!
    Como crer que o cárcere possa
        Ser uma estratégia efetiva,
Se ele vence com a sua doçura
    Ao branco sepulcro.



Como achar que possa se limitar
    A tão somente umas palavras
O seu sentimento do mundo?
Não pode e não vai se calar.
   nunca o fará, jamais.
Tem formas de sentir profundo,
  Não teme o vermelho abismo.


Ainda sem palavras se expressará:
Queimará seus olhos pra não verem!
  Sem papel, tudo vai denunciar,
 Será sua pele a que se queimará,
Já que Deus quis que continuassem
  São os seus olhos para olhar
    O azul do céu e do mar.


  E continuou idealizando o poeta
     Outras formas de lutar.
   Sem papel, no ar, ele fez
  O que tinha como meta:
Ao mundo a opressão denunciar.
Quando se quer, como ele quis,
   Pode-se fazê-la curvar.


 Ele conseguiu ultrapassar
   Os limites da tirania:
 Ao poeta não se pode calar.



AL POETA NO LO PUEDEN CALLAR

( Homenaje al poeta chileno Raúl Zurita)



! No pueden sujetar al poeta,
    Ni atarlo con cadenas,
    O callarlo con censura!
Cómo creer que la cárcel pueda
  Ser una efectiva estratagema,
  Si él vence con su dulzura
    Al blanco sepulcro.


?Cómo creen que pueda limitarse
    A tan solo unas palabras
  Su sentimiento del mundo?
No puede y no va a callarse.
     nunca lo hará, jamás.
Tiene formas de sentir profundo
    Y no teme al rojo abismo.


Aún sin palabras se expresará:
!Quemará sus ojos pa' que no vean!
   Sin papel, todo lo va a denunciar,
     Será su piel la que se quemará,
   Ya que Dios quiso que siguieran
    Sanos sus ojos para mirar
  Lo azul del cielo y del mar.


Y siguió ideando el poeta
   Otras formas de luchar:
  Sin papel, en el aire, hizo
 O que tenía como meta:
Al mundo la opresión denunciar:
Cuando se quiere, como él quiso,
   Uno la puede doblegar.


   Él consiguió sobrepasar
   Los limites de la tiranía:
Al poeta no lo pueden callar.





( In. MALU OTERO. ENTRE NÓS OS LAÇOS/NOSOTROS, NUDOS Y LAZOS. Rio de Janeiro: letra Capital, 2013, pp. 84 a 87)