quarta-feira, 11 de agosto de 2010

POESIA: SIGNO D'AMORE - ALDA MERINI (ITALIA)- TRADUÇÃO: ALBINO MATOS (BRASIL)

"A minha poesia tem para mim a importância da minha própria vida, é a minha palavra interior, a minha vida"- Alda Merini (Itália).




Foto: ALDA MERINI (ITÁLIA)



SIGNO D'AMORE

ALDA MERINI (ITÁLIA)


Se dovessi inventarmi il signo
del mio amore per te
penserei a un saluto
di baci focosi
alla veduta di un orizzonte spaccato
e a un canes
che si lecca le ferite
sotto il tavolo,
non vedo nente però
nel nostro amore
che sia l'assoluto di un abbraccio groioso.




SIGNO DE AMOR

TRADUÇÃO: ALBINO MATOS (PORTUGAL)


Se eu tivesse de inventar o sonho
de meu amor por ti
pensaria numa troca
de beijos fogosos
na vista de um horizonte partido
e num cao
a lamber as feridas
debaixo da mesa.
Mas não vejo nada
no nosso amor
como o absoluto de um abraço de alegria.





*ALDA MERINI (Milão, 21 de março de 1931 - Milão, 1 de novembro de 2009)- renomada escritora e poetisa italiana. Foi premiada com a Ordine al merito ... (Núpcias romanas, 1955), Tu sei Pietro. Anno 1961 (Tu és Pedro. Ano 1961, 1962).

Após um silêncio editorial que se prolongou por 20 anos, Alda Merini voltou a publicar poesia: Destinati a morire. Poesie vecchie e nuove (Destinados a morrer. Poemas velhos e novos, 1980), La Terra Santa (A Terra Santa, 1985) e Testamento (1988).

Nos anos 90 deu início a uma nova fase, com o aparecimento dos livros em prosa centrados em sua própria pessoa. Assim, surge L'altra verità. Diario di una diversa (A outra verdade. Diário de uma pessoa diferente, 1986), Delirio Amoroso (Delírio Amoroso, 1989), Il tormento delle figure (O tormento das figuras, 1990), Le parole di Alda Merini (As palavras de Alda Merini, 1991), La pazza della porta accanto (A louca do lado, 1995), La vita facile. Sillabario (A vida fácil. Silabário, 1996) e Lettere a un racconto. Prose lunghe e brevi (Cartas a um conto. Prosas longas e breves, 1998).