quinta-feira, 24 de março de 2011

HOMENAGEM: SE GIACOMETTI ESTIVESSE JUNTO-HENRIK NORDBRANDT (DINAMARCA)*



Foto: Bandeira da Dinamarca




FotO: NORDBRANDT (Dinamarca)




GIACOMETTI HAVDE VÆRET MED


HENRIK NORDBRANDT (DINAMARCA)


Alting har sin grænse, siger man.
Jeg står hver dag ved en ny
og kommer dermed til at tænke
på uendeligheden, dette
verdens mærkeligste ord
fordi kun sproget fatter det
i sproget selv, så nok en grænse
hermed er sat.
Den er tydelig, om end
som sin baggrund, farveløs
som sorgen
der har fortæret alle farver
så deres fravær
træder desto tydeligere frem.
Dette billede kan derfor hedde
‘Den blå ørken’ og få plads
på bagsiden af sig selv
i det næste rum
så meningen med disse ord
bliver sand.
Er alt så kommet med?
Som det går, medbringer jeg
nu kun mine lommers indhold.
Så måske kan det, der mangler
kun være en statue
af mig selv.
Den skal være ufatteligt høj
og af jern, i anden person ental.




SE GIACOMETTI ESTIVESSE JUNTO

HENRIK NORDBRANDT (DINAMARCA)


Tradução: Vanda Lúcia da Costa Salles (Brasil)


Tudo tem seu limite, as pessoas dizem.
Cada dia eu fico em uma nova
e assim penso
sobre o infinito, esta
estranha palavra no mundo
porque a linguagem que contém apenas isto
dentro de sua própria língua, então
o limite é assim definido.
É evidente, porém
como pano de fundo incolor
como a aflição
que consumiu todas as cores
assim a sua ausência
destaca-se tudo às claras.
A imagem pode ser chamada
O deserto azul e colocado
do outro lado de si mesmo
na sala ao lado
o significado mais profundo dessas palavras
torna-se verdade.
Tudo veio comigo?
Como se eu trouxesse apenas
o conteúdo dos meus bolsos.
Assim, talvez o que esteja faltando
poderia ser uma estátua
de mim mesmo.
Seria inacreditavelmente alta
e feita de ferro, na segunda pessoa do singular.



PESADELO

HENRIK NORDBRANDT (DINAMARCA)

Tradução: Vanda Lúcia da Costa Salles (Brasil)


Uma nuvem cinza passou em frente ao sol
abaixando o lado montês
para uma toca de inverno
para meu amor
e o amante dela.

Uma ponte estrondeou em baixo de meus pés
mas meus passos
estava sem direção.

Era da mesma maneira que longe pela ponte
como eu tinha vindo de minha infância.

Assim morte teve que ser achada
em algum lugar entre eu e os salgueiros cinzentos
no banco oposto.

Tudo durou menos que um minuto
mas o resto do mundo.






*HENRIK NORDBRANDT : nasceu em 21 de março de 1945, na Dinamarca. É poeta, novelista e ensaísta.

Publicou:

Digte (1966)
Miniaturer (1967)
Syvsoverne (1969)
Omgivelser (1972)
Opbrud og ankomster (1974)
Ode til blæksprutten og andre kærlighedsdigte (1975)
Glas (1976)
Istid (1977)
Guds hus (1977)
Breve fra en ottoman (1978)
Rosen fra Lesbos (1979)
Spogelselege (1979)
Forsvar for vinden under doren (1980)
Armenia (1982)
84 digte (1984)
Armenia (1984)
Violinbyggernes by (1985)
Håndens skælven i november (1986)
Vandspejlet (1989)
Glemmesteder (1991)
Stovets tyngde (1992)
Ormene ved himlens port (1995)
Egne digte (2000)

(in:http://denmark.poetryinternationalweb.org/piw_cms/cms/cms_module/index.php?obj_id=432)