domingo, 29 de maio de 2011
MOMENTO DISCENTE: MEU AUTOR EM PESQUISA - LIMA BARRETO - POR CAROLINE DE MORAIS BARBOSA(BRASIL)
Foto: LIMA BARRETO (BRASIL)
LIVRO E AUTOR EM PESQUISA: LIMA BARRETO
CAROLINE DE MORAIS BARBOSA (BRASIL)
O livro " O Novo Manifesto" fala sobre eleição e a pobreza da humanidade. Trata das coisas úteis que os deputados poderiam fazer pela humanidade.
Meu autor em pesquisa é o Lima Barreto, que nasceu no Rio de Janeiro em 1881. Filho de pais mestiços foi vítima de preconceitos e morreu em 1º de novembro de 1922.
A editora que publicou este livro foi a Martins Fontes, em 2003.
Meu livro em pesquisa é uma antologia de contos e crônicas. Ele tem vários autores que são : Érico Veríssimo, Machado de Assis,Cecília Meireles, Antonio Maria e Lima Barreto ( o meu preferido).
*AFONSO HENRIQUES DE LIMA BARRETO(Rio de Janeiro, 13 de maio de 1881 - São Paulo, 1 de novembro de 1922), melhor conhecido como Lima Barreto, foi um jornalista e um dos mais importantes escritores libertários brasileiros.
Era filho de Joaquim Henriques de Lima Barreto (mulato nascido escravo) e de Amália Augusta (filha de escrava agregada da família Pereira Carvalho). O seu pai foi tipógrafo. Aprendeu a profissão no Imperial Instituto Artístico, que imprimia o famoso periódico "A Semana Ilustrada". A sua mãe foi educada com esmero, sendo professora da 1º à 4º séries. Ela morreu cedo e João Henriques trabalhou muito para sustentar os quatro filhos do casal. João Henriques era monarquista, ligado ao Visconde de Ouro Preto, padrinho do futuro escritor. Talvez as lembranças saudosistas do fim do período imperial no Brasil, bem como suas remotas lembranças da Abolição da Escravatura na infância tenham vindo a exercer influência sobre a visão crítica de Lima Barreto sobre o regime republicano.
Lima Barreto começou a sua colaboração na imprensa desde estudante, em 1902, no A Quinzena Alegre, depois no Tagarela, O Diabo, e na Revista da Época. Em jornais de maior circulação, começou em 1905, escrevendo no Correio da Manhã uma série de reportagens sobre a demolição do Morro do Castelo. Daí em diante, colaborou em vários jornais e revistas, Fon-Fon, Floreal, Gazeta da Tarde, Jornal do Commercio, Correio da Noite, A Noite (onde publicou, em folhetim, Numa e a Ninfa), Careta, ABC, um novo A Lanterna (vespertino), Brás Cubas (semanário), Hoje, Revista Souza Cruz e O Mundo Literário.
Em 1911 editou com amigos a revista Floreal, que conseguiu sobreviver apenas até à segunda edição, mas despertou a atenção de alguns poucos críticos. 1909 foi o ano de sua estreia como escritor de ficção, publicando, em Portugal, o romance Recordações do Escrivão Isaías Caminha. A narrativa de Lima Barreto nesse primeiro livro, pincelada com indisfarçáveis traços autobiográficos, mostra uma contundente crítica à sociedade brasileira, por ele considerada preconceituosa e profundamente hipócrita, até mesmo os bastidores da imprensa opinativa são alvo de sua narrativa mordaz, inspirados na redação do Cartas da Tarde. Em 1911 começou a publicação, em formato de folhetins no ''''Jornal do Commercio'''' do Rio de Janeiro, de sua mais importante obra, Triste Fim de Policarpo Quaresma, que anos mais tarde (1915) foi editado em brochura e considerado pela crítica especializada como basilar no período do Pré-Modernismo
Ler mais em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lima_Barreto
segunda-feira, 23 de maio de 2011
POESIA: NO ESPELHO DO CARRO QUE NÃO TENHO - VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)*
Foto; Carro de corrida
NO ESPELHO DO CARRO QUE NÃO TENHO
VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES (BRASIL)
é uma ilusão, mas
como um oásis sei que
no espelho do carro que não tenho habita
uma fada pequenina e vivaz
que jura,
acenando a sua varinha mágica,
metamoforsearmo-nos
em consumidores aguerridos. Pouco caso, faço.
E desdenho todos os imperativos. Sou do giro. Apenas, mais uma louca.
Gosto de água de chuva,
de cachoeira correndo, e
nem sempre nado a favor da corrente,
de pão quente saindo do tacho, em fogão de lenha
de angu fininho, cozido lento
de correr cosmos a fora, apenas em pensamento
de ismicuir-me nas tábuas coloridas do Gentileza
de citar Bispo do Rosário,
dos óculos de Machado de Assis,
de literatura infanto-juvenil,
de praia bonita e areia limpa,
de imaginar se... E se a maçã a serpente engolisse?
O que seria da fada?
A minha bíblia tem capa dourada e um sonho de ser!
**VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES: nasceu em Italva, interior do Rio de Janeiro, Brasil, em 25 de abril de 1956. É escritora, poeta, ensaísta, artista plástica, tradutora e conferencista.Graduada em Letras/Português-literaturas, pela UERJ/FFP;Pós-Graduada em Literatura Infanto-Juvenil pela UFF;e em Arteterapia na Saúde e na Educação pela pela UCAM.Catedrática de Literatura do Museu Belgrano(Argentina), ortogada pelo Fundador e Diretor Dr. Ricardo Vitiritti; Diretora Internacional do Taller Artístico Alas Rotas-Alitas de América, nomeada pela Fundadora e Diretora Geral do T.A.A.R., em Argentina Srª Silvia Aida Catalán; Fundadora e Diretora do ENLACE MUSEU PÓS-MODERNO DE LITERATURA.
Publicou: No tempo distraído (narrativas, Ágora da Ilha,2001),Diversidades e Loucuras em Obras de Arte- um estudo em Arteterapia (ensaio, Ágora da Ilha, 2001),A palavra do menino e as abobrinhas 9 infanto-juvenilo, HP.Editora,2005), O chamado das musas.Pô-Ética Humana: o enigma do recheio- a arteterapia ao sabor da educação brasileira(pesquisa poética em arte e educação, Creadores Argentinos, 2008; Núncia Poética (poesias, Cbje,2010). Participa também das seguintes antologias: Os melhores poetas brasileiros Hoje/1985(Shogum Editora, 1985), III Encuentro Nacional de Narradores y Poetas - Unidos por las Letras!-2009-Bialet Massé (Córdoba, Argentina,2009), Poesia em Trânsito-Brasil/Argentina (La Luna Que, Buenos Aires, 2009, e 1º Antología Literaria Nacional e Internacional 2010 " Ser Voz en el Silencio, S.A.L.A.C. va.Carlos Paz, Córdoba-Argentina (Galia's, Editora Independiente,2010).
segunda-feira, 9 de maio de 2011
PROSA POÉTICA: ALMAS PERFUMADAS- ANA JÁCOMO- (The Blowers Daughter-Damien Rice)
ATENÇÃO!!!!
ALMAS PERFUMADAS
ANA CLÁUDIA SALDANHA JÁCOMO
(Para minha avó Edith)
Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas, a gente se sente no balanço de uma rede que dança gostoso numa tarde grande, sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. Melando os dedos com algodão doce da cor mais doce que tem pra escolher. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver.
Tem gente que tem cheiro de colo de Deus. De banho de mar quando a água é quente e o céu é azul. Ao lado delas, a gente sabe que os anjos existem e que alguns são invisíveis. Ao lado delas, a gente se sente chegando em casa e trocando o salto pelo chinelo. Sonhando a maior tolice do mundo com o gozo de quem não liga pra isso. Ao lado delas,pode ser abril, mas parece manhã de Natal do tempo em que a gente acordava e encontrava o presente do Papai Noel.
Tem gente que tem cheiro das estrelas que Deus acendeu no céu e daquelas que conseguimos acender na Terra. Ao lado delas, a gente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. Ao lado delas, a gente se sente visitando um lugar feito de alegria. Recebendo um buquê de carinhos. Abraçando um filhote de urso panda. Tocando com os olhos os olhos da paz. Ao lado delas, saboreamos a delícia do toque suave que sua presença sopra no nosso coração.
Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. Do acalanto que o silêncio canta. De passeio no jardim. Ao lado delas, a gente percebe que a sensualidade é um perfume que vem de dentro e que a atração que realmente nos move não passa só pelo corpo. Corre em outras veias. Pulsa em outro lugar. Ao lado delas, a gente lembra que no instante em que rimos Deus está dançando conosco de rostinho colado. E a gente ri grande que nem menino arteiro.
Costumo dizer que algumas almas são perfumadas, porque acredito que os sentimentos também têm cheiro e tocam todas as coisas com os seus dedos de energia. Minha avó era alguém assim. Ela perfumou muitas vidas com sua luz e suas cores. A minha, foi uma delas. E o perfume era tão gostoso, tão branco, tão delicado, que ela mudou de frasco, mas ele continua vivo no coração de tudo o que ela amou. E tudo o que eu amar vai encontrar, de alguma forma, os vestígios desse perfume de Deus, que, numa temporada, se vestiu de Edith, para me falar de amor.
Blog: http://anajacomo.blogspot.com
E-mail: anajacomo@terra.com.br
http://www.releituras.com/ne_acdjacomo_almas.asp
ANA CLÁUDIA SALDANHA JÁCOMO(1966): é carioca, formada em Jornalismo, funcionária pública, e absolutamente enamorada, desde criança, pelo exercício de escrever. O estilo predominante em seus textos é a prosa poética, a exemplo de “Almas Perfumadas”, que publicou, ainda inédito na internet, no Releituras, quando o site estava inaugurando o espaço para novos escritores. Na década de 90, participou com contos e crônicas das antologias "Hoje", "Agora" e "Já", resultantes do trabalho da Oficina Literária do poeta Cairo Trindade, a qual freqüentou por cerca de um ano. Em 2001, lançou um livro independente intitulado “Parto de Mim”, impresso na Fábrica de Livros da SENAI, com duas tiragens já esgotadas. Apaixonada por música, desde sempre, no finalzinho de 2006 começou também a percorrer o caminho da composição musical. Gosta de dizer que escrever é o seu trabalho mais lúdico. Seu jeito preferido de prece. Sua maneira predileta de levar o coração para pegar sol.
THE BLOWER'S DAUGHTER
DAMIEN RICE
And so it's
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it's
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes...
And so it's
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most of the time
And so it's
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes...
Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind...
My mind... my mind...
'til I find somebody new
A FILHA DO VENTO
Composição: Damien Rice
(Tradução em Português)
E então é isso
como você disse que seria
A vida corre fácil pra mim
A maioria das vezes
E então é isso
A história mais curta
Sem amor, sem glória
Sem herói no céu dela
Não consigo tirar meus olhos de você
Não consigo tirar meus olhos de você
Não consigo tirar meus olhos de Você
Não consigo tirar meus olhos de você
Não consigo tirar meus olhos de você
Não consigo tirar meus olhos...
E então é isso
Como você falou que deveria ser
Nós dois esqueceremos a brisa
A maioria das vezes
E então é isso
A água gelada
A filha do vento
A aluna rejeitada
Não consigo tirar meus olhos de você
Não consigo tirar meus olhos de você
Não consigo tirar meus olhos de você
Não consigo tirar meus olhos de você
Não consigo tirar meus olhos de você
Não consigo tirar meus olhos...
Eu disse que te detesto?
Eu disse que quero deixar
Tudo para trás?
Não consigo parar de pensar em você
Não consigo parar de pensar em você
Não consigo parar de pensar em você
Não consigo parar de pensar em você
Não consigo parar de pensar em você
Não consigo parar de pensar em você
Meus pensamentos...Meus pensamentos...
Até conhecer uma nova pessoa.
DAMIEN RICE(Celbridge, 7 de dezembro de 1973) é um cantor, instrumentista e compositor irlandês. Ex-integrante da banda Juniper. Embora com poucos álbuns gravados e sem fazer muitos shows por ano, tornou-se mundialmente conhecido com o sucesso "The Blower's Daughter" que integrou a trilha sonora do filme Closer, Filho de Maureen e George Rice, Damien Rice nasceu em 7 de dezembro de 1973, em Celbridge, no condado de Kildare, no interior Irlanda. Durante a infância, passava longo tempo ao ar livre, em companhia de seu cachorro de estimação e pescando. O contato com a música em casa não era grande, mas seu interesse por música sim.
sexta-feira, 6 de maio de 2011
MOMENTO DISCENTE: ENTREVISTA AO POETA ANTÓNIO GONÇALVES (ANGOLA)
Foto: António Gonçalves (Angola)
“Poesia/ não se aprende/ na escola/ o poeta é/ a escola/ a escol(h) a/ do poeta/ é uma sacola/ sem pega/ que se apega/como cola/des colando/palavra da sacola/escola/que o poeta doa”
ENTREVISTA DE ALUNOS BRASILEIROS AO POETA DE ANGOLA ANTÓNIO GONÇALVES-ANGOLA
A PARTIR DE AULAS EM LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURAS EM LÍNGUA PORTUGUESA, DA PROFª. VANDA LÚCIA DA COSTA SALLES-BRASIL-2008
1ª.) SAULO LUIS LIMA DA SILVA : Senhor António Gonçalves, qual foi o seu primeiro livro escrito? E por que o escreveu?
R: O meu primeiro livro escrito chama-se “Cenas que o museke conhece” e foi escrito em 1978. Todavia, só viria a ser publicado em 2003 em Cuba. Escrevi esta novela primeiro como tributo a um grupo de patriotas do bairro onde nasci em que também fez parte um irmão meu e por outro lado, como homenagem aos “Musekes” do meu país já que constituem laboratórios vivos de várias amostras da identidade cultural.
1ª.) SAULO LUIS LIMA DA SILVA : Senhor António Gonçalves, qual foi o seu primeiro livro escrito? E por que o escreveu?
R: Um pai gosta dos seus filhos de forma igual. Em determinados momentos identifico-me mais com algum poema mas tempo depois acabo por sentir o mesmo com outro poema e assim sucessivamente
3ª.) MARLON PEREIRA : Você gosta do que faz ou alguma vez pensou em desistir?
R: Gosto do que faço. Comecei a escrever poesia aos 13 ou 14 anos e escrevi a minha primeira novela aos 18 anos daí em diante sempre estive comprometido com a literatura directa ou indirectamente.
4ª.) SABRINA DE PAULA SIMÕES : Poeta, você gostaria de escrever livros para crianças ou adolescentes? Por quê?
R: Escrever para crianças creio que não tenho vocação mas para adolescentes talvez um dia possa tentá-lo.
5ª.) WEVERTON VIEIRA BORHER : Como se sentiu ao construir o seu primeiro poema ? E o que é escrever em língua portuguesa?
R: Os primeiros poemas que escrevi foram de inspiração religiosa. Na altura, frequentava a igreja católica do meu bairro, “Bairro Popular”, hoje “Neves Bendinha” em Luanda onde nasci. Naturalmente, senti-me muito emocionado e feliz. Escrever en língua portuguesa para mim tem sido um exercício interessante porque os autores africanos, sempre têm a influência de uma língua africana, correspondente às áreas geográficas onde nasceu. No meu caso sinto a influência da língua Kimbundu que fala a minha mãe.
6ª.) THULLYANA : Como você se situaria em relação a poesia em língua portuguesa no mundo contemporâneo? Por quê?
R: Não sou a pessoa ideal para responder a esta pergunta. De todos modos, na minha modesta opinião, como poeta contemporâneo tenho dado o meu contributo para o enriquecimento e divulgação da poesia de língua portuguesa. Vivendo sete anos em Cuba publiquei mais de cinco livros bilingues, Português-Espanhol e faço parte de várias antologias de poesia publicadas em Angola, Cuba e Brasil.
7ª.) MIDIAN MAIA DE FARIA : As pessoas lendo o seu poema ou ouvindo-os ficam felizes?
R: Sim
8ª.) PAULO VINICIUS FERNANDES RANGEL : Senhor(es) poeta(s), sua obra é inspirada no povo Angolano ou no Continente Africano?
R: A minha obra é inspirada no povo angolano. Acontece que Angola é um país africano, daí que a barreira entre o meu país e o continente, é demasiada estreita, ou talvez não exista .
9ª.) RAIANNY SOARES SIQUEIRA : Como aconteceu em sua vida o encantamento da poesia ?
R: Aconteceu de forma espontânea. Eu vivo frequentemente momentos de inspiração e a única forma de acalmar-me é descarregar o que sinto numa folha de papel. As causas da inspiração são de vária ordem e a meu ver não têm explicação científica.
10ª.) KEVIN DE MORAES BORHER : Fale-nos sobre o fazer poético de “Transparências”? Como foi construí-lo?
R: “Transparências” (Livro) é considerado pela crítica como sendo até o momento o livro de poesia mais acabado esteticamente e com melhor elaboração do ponto de vista temático. Antes de Transparências havia publicado em 1996 “Adobe vermelho da Terra”, e o livro a que nos referimos saiu ao lume em 2004. Passaram precisamente oito anos de muita leitura e exercitação. “Transparências” é uma construção de poemas isolados. Os grandes temas deste livro são: a reivindicação da paz e o fim da guerra em Angola e no mundo, a luta pela igualdade social, o desenvolvimento harmonioso do planeta, a luta pela afirmação do continente africano, entre outros temas sem esquecer o amor.
11ª) RAFAELA FACUNDO CASTRO : Você prefere fazer seus poemas quando está triste ou alegre?
R: Quando estou triste.
12ª.) RAYANE CARLOS CORTES : Como você descobriu o seu talento? A Escola influenciou-o ?
R: Descobri o meu talento de forma espontânea mas depois de escrever “Cenas” dei a ler ao meu professor de português e ele gostou do livro daí ter posto na minha mente que um dia seria escritor. Naturalmente a escola influenciou-me muito.
13ª.) NAYARA TERRA SOUZA : Qual foi o seu livro que mais fez sucesso?
R: Até ao momento creio ter sido “A linguagem dos pássaros e dos sonhos” que esgotou praticamente em seis meses. Foi editado em Cuba pela Editoria Arte e Literatura e foi impresso na Colombia.
14ª.) CRISTIANE CESÁRIO : Em que momento você descobriu que gostava de fazer poemas? E seus familiares gostaram da idéia de ser poeta?
R: Ganhei maior conciência sobre a poesia depois de tomar contacto com a Brigada Jovem de Literatutra de Luanda. Mas o engajamento militante só viria acontecer nos primeiros anos da década 90. Os meus familiares apoiaram a ideia de ser poeta.
15ª.) ALINE DA SILVA NASCIMENTO : O(s) Senhor (es) pensa(m) em fazer uma autobiografia?
R: De momento não tenho pensado em escrever uma autobiografia, talvez quando tenha maior idade o faça.
16ª.) LUAN ARAUJO DE SOUZA : Como foi sair pela primeira vez do seu país, principalmente, para falar os seus poemas ?
R: A primeira vez que sai do meu país foi para ir precisamente ao Brasil em Salvador de Bahia. Foi uma experiência interessante, adorei
17ª.) PAULO VINÍCIUS FERNANDES RANGEL : Qual de sua obra o marcou mais, a ponto de deixá-lo rodopiando de contente ?
R: Até ao momento um livro inédito que se chama “Renascer sem corpo”.
18ª.) JHÉSSICA THAYANE CHAGAS VIEIRA : Em seu ponto de vista, como está a poesia hoje em seu país? Existe uma Poesia Negra Contemporânea?
R: A poesia no meu país está estagnada. Depois da Geração dos Novíssimos onde faço parte já não surgem grandes talentos. Existe uma poesia angolana contemporânea. É possível que dentro dela continuem a existir poetas que defendam a negritude. Creio que enquanto existir discriminação contra o negro, haverá sempre uma poesia a denunciar essa situação
19ª.) ANA CAROLINE RODRIGUES B. DOS SANTOS : Para vocês poetas, qual a importância da poesia na formação de uma pessoa ? Por quê ?
R: A poesia pode influenciar na formação de uma pessoa pelo valor humanístico que a mesma defende e promove. A poesia possibilita ao ser humano aventurar-se em mundos onde a ciência ainda não consegue chegar ou explicar, esse é um dos grandes atributos da poesia. Porquê? Porque o ser humano existe para crescer espiritualmente e a poesia pode ser um meio para essa realização.
20ª.) SUELLEN GOTTGTROY ANTUNES : Poesia é uma forma de aprendizagem? Por quê?
R: A poesia é uma forma de aprendizagem e de crescimento individual, porque o exercício poético como acto isolado, é capaz de abrir a mente humana para estágios nunca antes sentidos, e isso gera na pessoa um crescimento mental, e por vezes também espiritual.
21ª.) RAYANE CARLOS CORTES : Como chegou ao ponto de publicar o primeiro livro? O caminho foi difícil ou fácil?
R: Tive a sorte de publicar o meu primeiro livro “Gemido de pedra”, enquanto funcionáro de uma cadeia hoteleira. Trabalhava então como Sub-director de um hotel em Luanda e o administrador da Empresa gentilmente patrocinou o primeiro e o meu segundo livro. Estou eternamente grato a essa pessoa de nacionalidade portuguesa.
22ª.) MARCOS JUNIOR NERI DE SOUZA : Como é a sua vida escrevendo poesia? E como é conceber entrevistas?
R: Eu faço uma vida normal como qualquer cidadão. O que passa é que os poetas sentem os problemas da sociedade de forma mais ardente que as pessoas que nao o sao. Dou poucas entrevistas, apenas quando creio ser nencessário ou quando publico um livro novo.
23ª.) ANDRÉ JUNIOR MONTEIRO BATISTA : Que poetas ou escritores influenciaram em sua carreira ? E o que você teria para dizer aos jovens poetas que iniciam?
R: Os poetas que influenciaram a minha carreira foram Agostinho Neto, Viriato da Cruz e António Jacinto de Angola. Do Caribe Nicolás Guillén, do Brasil Carlos Drummond de Andrade e de Portugal Fernando Pessoa. Como prosador fui influenciado por Jorge Amado, Dostoievski e Leon Tolstoi. Aos jovens poetas que iniciam devem ler bastante e não ter pressa em publicar. Fazer literatura é uma tentativa de aportar algo novo neste imenso edifício. Se não temos a certeza de que estamos a produzir alguma novidade será melhor continuar a trabalhar os textos.
24ª.) AMANDA PINHEIRO DO NASCIMENTO : Com quantos anos você descobriu que queria ser poeta ? E a quem você é agradecido?
R: Descobri que queria ser escritor depois de escrever a novela aos 18 anos. Decidi que seria poeta depois de publicar “Gemido de pedra” em 1994, tinha então 34 anos. Estou agradecido ao poeta angolano Lopito Feijoó que me emprestou vários livros sobre teoria literária incluindo números da revista de poesia “Dimensão” que se editou no Brasil por Guido Brilharinho.
25ª.) MICHELI DE FARIA : Que escritor ou poeta brasileiro atual, você admira ? Por quê?
R: Admiro o poeta brasileiro Thiago de Melo, autor dos “Estatutos do Homem”, pelo humanismo que transpira os seus textos.
Obs.: Desde já, o nosso muito obrigada!
*Cara professora.
Com muito gosto envio-lhe as respostas ao questionário que me enviou.
Carinhosamente,
Antonio Gonçalves
quarta-feira, 26 de novembro de 2008, 22:28:04
**ANTÓNIO GONÇALVES: nasceu aos 10 de Agosto de 1960 em Luanda (Angola). Estudou Gerência Hoteleira. Realizou estudos de Linguística no Instituto Superior de Ciências da Educação.
Exerceu funções como Diretor de unidades hoteleiras de Angola. Foi Secretário Geral da União de Escritores Angolanos (UEA). Atualmente é o Conselheiro Cultural da República de Angola em Cuba.
Tem publicado os seguintes livros: Gemido de pedra (Poesia-1994), Versos Libertinos (Poesia-1995), Adobe vermelho da terra (Poesia-1996), Buscando o Homem (Seleção de poemas-2000), A África que observo com os dedos (Poema postal-2002), Cenas que o museke conhece (Novela-2003), Transparências (Poesia-2004), A linguagem dos pássaros e dos sonhos (Seleção de poemas de amor-2005), As vozes do caminho (Poesia-2005). A Quinta Estação do Tempo.
Proferiu várias conferências sobre cultura, arte e política, das quais algumas já estão publicadas em jornais e revistas de Angola e de Cuba.
É co-autor do plaquet bilingue Português-Francês, “Cacimbo 2000”, com os poetas angolanos Amélia da Lomba, João Maimona e com o poeta francês Emmanuel Tugni. Faz parte, com mais 41 poetas de Angola, da “Antologia do Mar na Poesia Africana de Língua Portuguesa do Século XX”, organizada pela investigadora brasileira Carmen Lucia Tindó Ribeiro Secco. O Sétimo Caminho (Poesia-2006)
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